Irônico

Dilma antes e depoisÀs vezes somos a ministra que faz plásticas no rosto a fim de engessar a imagem de uma possível presidente, mas descobre um câncer que pode derrubar seus cabelos e junto com eles sua imagem. Às vezes somos Susan Boyle, que, aos 47 anos, vê uma multidão diante de si. Às vezes acho que Susan Boyle, Dilma Roussef e o resto do mundo são a mesma coisa, caso ainda não tenham vivido seu dia de Disparada.

O imprevisível nos nocauteia enquanto o tempo corre.

A cada quantos passos tropeçamos numa ironia? E o que se faz quando se tropeça numa ironia? O que se ganha frente a nossa própria ironia? E o que se perde?

Que não sejamos circunstâncias.

 

 Disparada

(Composição: Geraldo Vandré e Theo de Barros)

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar…

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu…

Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei…

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei…

Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente…

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto prá enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu…

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei